Difference between revisions of "The logic of probabilistic language/pt"

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==Probabilistic language logic in medicine==
+
==Lógica da linguagem probabilística na medicina==
  
Every scientific idea (whether in medicine, architecture, engineering, chemistry, or any other subject), when put into practice, is subject to small errors and uncertainties. Mathematics - through probability theory and statistical inference - helps to precisely control and thereby contain these uncertainties. It always has to be considered that in all practical cases "the outcomes also depend on many other factors external to the theory", whether they be initial and environmental conditions, experimental errors, or something else.  
+
Toda ideia científica (seja na medicina, arquitetura, engenharia, química ou qualquer outro assunto), quando colocada em prática, está sujeita a pequenos erros e incertezas. A matemática - por meio da teoria da probabilidade e inferência estatística - ajuda a controlar com precisão e, assim, conter essas incertezas. Sempre deve ser considerado que em todos os casos práticos "os resultados também dependem de muitos outros fatores externos à teoria", sejam eles condições iniciais e ambientais, erros experimentais ou qualquer outra coisa.  
  
All the uncertainties about these factors make the theory–observation relationship a probabilistic one. In the medical approach, there are two types of uncertainty that weigh the most on diagnoses: subjective uncertainty and casuality.<ref>{{Cite book  
+
Todas as incertezas sobre esses fatores tornam a relação teoria-observação probabilística. Na abordagem médica, existem dois tipos de incerteza que pesam mais nos diagnósticos: incerteza subjetiva e casualidade.<ref>{{Cite book  
 
  | autore = Vázquez-Delgado E
 
  | autore = Vázquez-Delgado E
 
  | autore2 = Cascos-Romero J
 
  | autore2 = Cascos-Romero J
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  }}</ref>
 
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It becomes essential, therefore, in this scenario to distinguish between these two uncertainties and to show that the concept of probability has different meanings in these two contexts.  
+
Torna-se essencial, portanto, neste cenário distinguir entre essas duas incertezas e mostrar que o conceito de probabilidade tem significados diferentes nesses dois contextos..  
  
We will try to expose these concepts by linking each crucial step to the clinical approach that has been reported in the previous chapters and in particular the approach in the dental and neurological context in contending for the primacy of the diagnosis for our dear Mary Poppins.
+
Tentaremos expor esses conceitos vinculando cada etapa crucial à abordagem clínica relatada nos capítulos anteriores e, em particular, a abordagem no contexto dentário e neurológico na luta pela primazia do diagnóstico para nossa querida Mary Poppins.
  
==Subjective uncertainty and casuality==
+
==Incerteza subjetiva e casualidade==
Let us imagine asking Mary Poppins which of the two medical colleagues — the dentist or the neurologist — is right.  
+
Imaginemos perguntar a Mary Poppins qual dos dois colegas médicos - o dentista ou o neurologista - está certo.  
  
The question would create a kind of agitation based on inner uncertainty; therefore, the notions of certainty and uncertainty refer to subjective epistemic states of human beings and not to states of the external world, because there is no certainty or uncertainty in that world. In this sense, as we have mentioned, there are an inner world and a world outside ourselves that both do not respond to canons of uncertainty, yet of probability.  
+
A pergunta criaria uma espécie de agitação baseada na incerteza interior; portanto, as noções de certeza e incerteza referem-se a estados epistêmicos subjetivos dos seres humanos e não a estados do mundo externo, porque não há certeza ou incerteza naquele mundo. Nesse sentido, como já mencionamos, existe um mundo interno e um mundo externo a nós que ambos não respondem aos cânones da incerteza, mas sim da probabilidade.  
  
Mary Poppins may be subjectively certain or uncertain as to whether she is suffering from TMDs or a neuropathic or neuromuscular form of OP: this because "uncertainty" is a subjective, epistemic state below the threshold of knowledge and belief; hence the term.  
+
Mary Poppins pode estar subjetivamente certa ou incerta se está sofrendo de DTMs ou de uma forma neuropática ou neuromuscular de OP: isso porque "incerteza" é um estado subjetivo epistêmico abaixo do limiar de conhecimento e crença; daí o termo.  
  
====Subjective uncertainty====
+
====Incerteza subjetiva====
Without a doubt the term ‘subjective’ scares many, especially those who intend to practice science by pursuing the healthy ideal of ‘objectivity’, as this term is perceived by common sense. It is, therefore, appropriate to make some clarifications on the use of this term in this context:   
+
Sem dúvida, o termo "subjetivo" assusta muitos, especialmente aqueles que pretendem praticar a ciência perseguindo o ideal saudável de "objetividade", visto que este termo é percebido pelo senso comum. É, portanto, adequado fazer alguns esclarecimentos sobre a utilização deste termo neste contexto.:   
  
*‘Subjective’ indicates that the probability assessment depends on the information status of the individual who performs it.
+
*‘Subjetivo’ indica que a avaliação de probabilidade depende do status da informação do indivíduo que a realiza.
  
*‘Subjective’ does not mean arbitrary.
+
*‘Subjetivo’ não significa arbitrário.
  
The so-called ‘objectivity’, as perceived by those outside scientific research, is defined when a community of rational beings shares the same state of information. But even in this case, one should speak more properly of ‘intersubjectivity’ (i.e. the sharing, by a group, of subjective opinions).  
+
A chamada "objetividade", conforme percebida por aqueles que estão fora da pesquisa científica, é definida quando uma comunidade de seres racionais compartilha o mesmo estado de informação. Mas, mesmo neste caso, deve-se falar mais apropriadamente de "intersubjetividade" (ou seja, o compartilhamento, por um grupo, de opiniões subjetivas).  
  
In clinical cases — precisely because patients rarely possess advanced notions of medicine — subjective uncertainty must be considered. Living with uncertainty requires us to use a probabilistic approach.
+
Em casos clínicos - precisamente porque os pacientes raramente possuem noções avançadas de medicina - a incerteza subjetiva deve ser considerada. Viver com a incerteza exige que usemos uma abordagem probabilística.
  
======Casuality======
+
======Casualidade======
  
The casuality indicates the lack of a certain connection between cause and effect. The uncertainty of a close union between the source and the phenomenon is among the most adverse problems in determining a diagnosis.  
+
A casualidade indica a falta de uma certa conexão entre causa e efeito. A incerteza de uma união estreita entre a fonte e o fenômeno está entre os problemas mais adversos na determinação de um diagnóstico.  
  
In a clinical case a phenomenon <math>A(x)</math> (such as for example a malocclusion, a crossbite, an openbite, etc ...) is randomly associated with another phenomenon <math>B(x)</math> (such as TMJ bone degeneration); when there are exceptions for which the logical proposition <math>A(x) \rightarrow B(x)</math> it's not always true (but it is most of the time), we will say that the relation <math>A(x) \rightarrow B(x)</math> is not always true but it is probable.
+
Em um caso clínico, um fenômeno <math>A(x)</math> (como, por exemplo, uma má oclusão, uma mordida cruzada, uma mordida aberta, etc ...) está aleatoriamente associado a outro fenômeno <math>B(x)</math> (como degeneração óssea da ATM); quando há exceções para as quais a proposição lógica <math>A(x) \rightarrow B(x)</math> nem sempre é verdadeira (mas é na maioria das vezes), diremos que a relação <math>A(x) \rightarrow B(x)</math> nem sempre é verdade, mas é provável.
  
{{q2|We are moving from a deterministic condition to a stochastic one.|}}
+
{{q2|Estamos passando de uma condição determinística para uma condição estocástica.|}}
  
==Subjective and objective probability==
+
==Probabilidade subjetiva e objetiva==
  
In this chapter, some topics already treated in the fantastic book by Kazem Sadegh-Zadeh<ref>{{cita libro
+
Neste capítulo, alguns tópicos já tratados no fantástico livro de Kazem Sadegh-Zadeh<ref>{{cita libro
 
|autore=Sadegh-Zadeh Kazem
 
|autore=Sadegh-Zadeh Kazem
 
|titolo=Handbook of Analytic Philosophy of Medicine
 
|titolo=Handbook of Analytic Philosophy of Medicine
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|DOI=10.1007/978-94-007-2260-6
 
|DOI=10.1007/978-94-007-2260-6
 
|OCLC=
 
|OCLC=
}}.</ref>, who tackles the problem of the logic of medical language, are taken up again and we reshape their content by referring them to our clinical case of Mary Poppins, to keep our understanding closer to dental contexts.
+
}}.</ref>, que aborda o problema da lógica da linguagem médica, são retomados e reformulamos seu conteúdo, remetendo-os ao nosso caso clínico de Mary Poppins, para manter nosso entendimento mais próximo dos contextos odontológicos.
  
Random and subjectively uncertain events are said to be probable; consequently, casuality and uncertainty are treated as qualitative, comparative or quantitative probabilities.
+
Eventos aleatórios e subjetivamente incertos são considerados prováveis; consequentemente, a casualidade e a incerteza são tratadas como probabilidades qualitativas, comparativas ou quantitativas.
  
To clarify this concept, let us go back to the example of Mary Poppins. A doctor, having heard her symptoms will be able to say that:
+
Para esclarecer esse conceito, vamos voltar ao exemplo de Mary Poppins. Um médico, ao ouvir seus sintomas, poderá dizer que:
  
#Mary Poppins is probably suffering from TMDs (qualitative term).
+
#Mary Poppins provavelmente está sofrendo de DTMs (termo qualitativo).
#Mary Poppins is more likely to have TMDs than neuropathic OP (comparative term: number of diagnosed cases of TMDs versus <sub>n</sub>OP.
+
#Mary Poppins tem mais probabilidade de ter DTMs do que OP neuropática (termo comparativo: número de casos diagnosticados de TMDs versus <sub>n</sub>OP.
#The probability that Mary Poppins has TMDs is 0.15 (quantitative term, relative to the population).
+
#A probabilidade de Mary Poppins ter TMDs é 0,15 (termo quantitativo, relativo à população).
  
===Subjective probability===
+
===Probabilidade subjetiva===
  
In a context of human subjective uncertainty, the probabilistic, qualitative, comparative and/or quantitative data can be interpreted as a measure of subjective uncertainty by the clinician, in order to make the 'states of conviction' numerically representable.
+
Em um contexto de incerteza subjetiva humana, os dados probabilísticos, qualitativos, comparativos e / ou quantitativos podem ser interpretados como uma medida de incerteza subjetiva pelo clínico, a fim de tornar os 'estados de convicção' numericamente representáveis.
  
For example, saying that "the probability that Mary Poppins is affected by TMDs is 0.15 of the cases" is the same as saying "in the measure of 15%, I believe that Mary Poppins is affected by TMDs"; which means that the degree of conviction is the degree of subjective probability.
+
Por exemplo, dizer que "a probabilidade de Mary Poppins ser afetada por DTM é de 0,15 dos casos" é o mesmo que dizer "na medida de 15%, acredito que Mary Poppins seja afetada por DTM"; o que significa que o grau de convicção é o grau de probabilidade subjetiva.
  
===Objective probability===
+
===Probabilidade objetiva===
  
On the other hand, events and random processes cannot be described by deterministic processes in the form 'if A then B'. Statistics are used to quantify the frequency of association between A and B and to represent the relationships between them as a degree of probability that introduces the degree of objective probability.  
+
Por outro lado, eventos e processos aleatórios não podem ser descritos por processos determinísticos na forma 'se A, então B'. As estatísticas são usadas para quantificar a frequência de associação entre A e B e para representar as relações entre eles como um grau de probabilidade que introduz o grau de probabilidade objetiva.  
  
In the wake of the growing probabilization of uncertainty and randomness in medicine since the eighteenth century, the term "probability" has become a respected element of medical language, methodology and epistemology.
+
Na esteira da crescente probabilização da incerteza e aleatoriedade na medicina desde o século XVIII, o termo "probabilidade" tornou-se um elemento respeitado da linguagem, metodologia e epistemologia médica.
  
Unfortunately, the two types of probability, the subjective probability and the objective one, are not accurately differentiated in medicine, and the same happens in other disciplines too. The fundamental fact remains that the most important meaning that probability theory has generated in medicine, particularly in the concepts of probability in aetiology, epidemiology, diagnostics and therapy, is its contribution to our understanding and representation of biological casuality.
+
Infelizmente, os dois tipos de probabilidade, a probabilidade subjetiva e a objetiva, não são diferenciados com precisão na medicina, e o mesmo ocorre em outras disciplinas. O fato fundamental permanece que o significado mais importante que a teoria da probabilidade gerou na medicina, particularmente nos conceitos de probabilidade em etiologia, epidemiologia, diagnóstico e terapia, é sua contribuição para a nossa compreensão e representação da casualidade biológica.
  
==Probabilistic-causal analysis==
+
==Análise probabilística-causal==
From these premises it is clear that the clinical diagnosis is made using the so-called hypothetical-deductive method referred to as DN<ref name=":1">{{Cite book  
+
A partir dessas premissas, fica claro que o diagnóstico clínico é feito por meio do chamado método hipotético-dedutivo denominado DN.<ref name=":1">{{Cite book  
 
  | autore = Sarkar S
 
  | autore = Sarkar S
 
  | titolo = Nagel on Reduction
 
  | titolo = Nagel on Reduction
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  | LCCN =  
 
  | LCCN =  
 
  | OCLC =  
 
  | OCLC =  
  }}</ref> ([https://en.wikipedia.org/wiki/Deductive-nomological_model deductive-nomological model]<ref>''DN model of scientific explanation'', also known as ''Hempel's model'', ''Hempel–Oppenheim model'', ''Popper–Hempel model'', or ''covering law model''</ref>). But this is not realistic, since the medical knowledge used in clinical decision-making hardly contains causal deterministic laws to allow causal explanations and, hence, to formulate clinical diagnoses, among other things in the specialist context. Let us try to analyse again the case of our Mary Poppins, this time trying a probabilistic-causal approach.
+
  }}</ref> ([https://en.wikipedia.org/wiki/Deductive-nomological_model deductive-nomological model]<ref>''Modelo DN de explicação científica'', também conhecido como ''Modelo de Hempel'', ''Hempel–Oppenheim model'', ''Popper–Hempel model'', ou ''cobrindo modelo de lei''</ref>). Mas isso não é realista, uma vez que o conhecimento médico utilizado na tomada de decisão clínica dificilmente contém leis determinísticas causais que permitam explicações causais e, portanto, formular diagnósticos clínicos, entre outras coisas no contexto especializado. Tentemos analisar novamente o caso de nossa Mary Poppins, desta vez tentando uma abordagem probabilística-causal.
  
Let us consider a number <math>n</math> of individuals including people who report Orofacial Pain who generally have bone degeneration of the Temporomandibular Joint. However, there may also be other apparently unrelated causes. We must mathematically translate the 'relevance' that these causal uncertainties have in determining a diagnosis.
+
Vamos considerar um número <math>n</math> de indivíduos, incluindo pessoas que relatam dor orofacial que geralmente têm degeneração óssea da articulação temporomandibular. No entanto, também pode haver outras causas aparentemente não relacionadas. Devemos traduzir matematicamente a 'relevância' que essas incertezas causais têm na determinação de um diagnóstico.
  
===The casual relevance===
+
===A relevância casual===
To do this we consider the degree of causal relevance <math>(cr)</math> of an event <math>E_1</math> with respect to an event <math>E_2</math> where:
+
Para fazer isso, consideramos o grau de relevância causal <math>(cr)</math> de um evento <math>E_1</math> em relação a um evento <math>E_2</math> onde:
  
*<math>E_1</math> = patients with bone degeneration of the temporomandibular joint.
+
*<math>E_1</math> = pacientes com degeneração óssea da articulação temporomandibular.
  
*<math>E_2</math> = patients reporting orofacial pain.
+
*<math>E_2</math> = pacientes relatando dor orofacial.
  
*<math>E_3</math> = patients without bone degeneration of the temporomandibular joint.
+
*<math>E_3</math> = pacientes sem degeneração óssea da articulação temporomandibular.
  
We will use the conditional probability <math>P(A \mid B)</math>, that is the probability that the <math>A</math> event occurs only after the event <math>B</math> has already occurred.
+
Usaremos a probabilidade condicional <math>P(A \mid B)</math>, que é a probabilidade de que o evento <math>A</math> ocorra somente após o evento <math>B</math> ter já ocorreu.
  
With these premises the causal relevance <math>cr</math> of the sample <math>n</math> of patients is:
+
Com essas premissas, a relevância causal <math>cr</math> da amostra <math>n</math> de pacientes é:
  
 
<math>cr=P(E_2 \mid E_1)- P(E_2 \mid E_3)</math>
 
<math>cr=P(E_2 \mid E_1)- P(E_2 \mid E_3)</math>
  
where
+
Onde
  
:<math>P(E_2 \mid E_1)</math> indicates the probability that some people (among <math>n</math> taken into consideration) suffer from Orofacial Pain caused by bone degeneration of the Temporomandibular Joint,
+
:<math>P(E_2 \mid E_1)</math> indica a probabilidade de que algumas pessoas (entre os <math>n</math> considerados) sofram de Dor Orofacial causada por degeneração óssea da Articulação Temporomandibular,
  
while
+
enquanto
  
:<math>P(E_2 \mid E_3)</math> indicates the probability that other people (always among <math>n</math> taken into consideration) suffer from Orofacial Pain conditioned by something other than bone degeneration of the Temporomandibular Joint.
+
:<math>P(E_2 \mid E_3)</math> indica a probabilidade de que outras pessoas (sempre entre os <math>n</math> levados em consideração) sofram de Dor Orofacial condicionada por algo diferente da degeneração óssea da Articulação Temporomandibular.
  
Since all probability suggest that <math>P(A \mid B)</math> is a value between <math>0 </math> and <math>1 </math>, the parameter <math>(cr)</math> will be a number that is between <math>-1 </math> and <math>1 </math>.
+
Uma vez que todas as probabilidades sugerem que <math>P(A \mid B)</math> é um valor entre <math>0 </math> e <math>1 </math>, o parâmetro <math>(cr)</math> será um número entre <math>-1 </math> e <math>1 </math>.
  
The meanings that we can give to this number are as follows:  
+
Os significados que podemos atribuir a este número são os seguintes:  
  
*we have the extreme cases (which in reality never occur) which are:
+
*temos os casos extremos (que na realidade nunca ocorrem) que são:
  
:*<math>cr=1</math> indicating that the only cause of orofacial pain is bone degeneration of the TMJ,
+
:*<math>cr=1</math> indicando que a única causa da dor orofacial é a degeneração óssea da ATM,
:*<math>cr=-1</math> which indicates that the cause of orofacial pain is never bone degeneration of the TMJ but is something else,
+
:*<math>cr=-1</math> que indica que a causa da dor orofacial nunca é a degeneração óssea da ATM, mas é outra coisa,
:*<math>cr=0</math> indicating that the probability that orofacial pain is caused by bone degeneration of the TMJ or otherwise is exactly the same,
+
:*<math>cr=0</math> indicando que a probabilidade de que a dor orofacial seja causada por degeneração óssea da ATM ou de outra forma é exatamente a mesma,
  
*and the intermediate cases (which are the realistic ones)
+
*e os casos intermediários (que são os realistas)
  
:*<math>cr>0</math> indicating that the cause of orofacial pain is more likely to be bone degeneration of the TMJ,
+
:*<math>cr>0</math> indicando que a causa da dor orofacial é mais provável que seja degeneração óssea da ATM,
:*<math>cr<0</math> which indicates that the cause of orofacial pain is more likely not bone degeneration of the TMJ.
+
:*<math>cr<0</math> o que indica que a causa da dor orofacial é mais provavelmente não degeneração óssea da ATM.
  
  
 
<center>
 
<center>
  
===Second Clinical Approach===
+
===Segunda Abordagem Clínica===
''(hover over the images)''
+
''(passe o mouse sobre as imagens)''
 
</center>
 
</center>
  
 
<gallery mode="packed-hover" widths="250" heights="182" perrow="3">
 
<gallery mode="packed-hover" widths="250" heights="182" perrow="3">
File:Spasmo emimasticatorio.jpg|'''Figure 1:''' Patient reporting "Orofacial pain in the right hemilateral"
+
File:Spasmo emimasticatorio.jpg|'''Figura 1:''' Paciente relatando 'dor orofacial' na face hemilateral direita
File:Spasmo emimasticatorio ATM.jpg|'''Figure 2:''' Patient's TMJ Stratigraphy showing signs of condylar flattening and osteophyte
+
File:Spasmo emimasticatorio ATM.jpg|'''Figura 2:''' Estratigrafia da ATM do paciente mostrando sinais de achatamento condilar e osteófito
File:Atm1 sclerodermia.jpg|'''Figure 3:''' Computed Tomography of the TMJ
+
File:Atm1 sclerodermia.jpg|'''Figura 3:''' Tomografia Computadorizada da ATM
File:Spasmo emimasticatorio assiografia.jpg|'''Figure 4:''' Axiography of the patient showing a flattening of the chewing pattern on the right condyle
+
File:Spasmo emimasticatorio assiografia.jpg|'''Figura 4:''' Axiografia do paciente mostrando um achatamento do padrão de mastigação no côndilo direito
File:EMG2.jpg|'''Figure 5:''' EMG Interferential Pattern. Overlapping upper traces corresponding to the right masseter, lower to the left masseter.
+
File:EMG2.jpg|'''Figura 5:''' Padrão interferencial EMG. Traços superiores sobrepostos correspondentes ao masseter direito, inferiores ao masseter esquerdo.
 
</gallery>
 
</gallery>
  
<br />So be it then <math>P(D)</math> the probability of finding, in the sample of our <math>n</math> people, individuals who present the elements belonging to the aforementioned set <math>D=\{\delta_1,\delta_2,...,\delta_n\}</math>
+
<br />Assim seja então <math>P(D)</math> a probabilidade de encontrar, na amostra das nossas <math>n</math> pessoas, indivíduos que apresentem os elementos pertencentes ao referido conjunto <math>D=\{\delta_1,\delta_2,...,\delta_n\}</math>
  
In order to take advantage of the information provided by this dataset, the concept of partition of causal relevance is introduced:
+
A fim de tirar proveito das informações fornecidas por este conjunto de dados, o conceito de partição de relevância causal é introduzido:
  
====The partition of causal relevance====
+
====A partição de relevância causal====
  
:Always be <math>n</math> the number of people we have to conduct the analyses upon, if we divide (based on certain conditions as explained below) this group into <math>k</math> subsets <math>C_i</math> with <math>i=1,2,\dots,k</math>, a cluster is created that is called a "partition set" <math>\pi</math>:
+
:Sempre seja <math>n</math> o número de pessoas sobre as quais devemos conduzir as análises, se dividirmos (com base em certas condições, conforme explicado abaixo) este grupo em <math>k</math> subconjuntos <math>C_i</math> com <math>i=1,2,\dots,k</math>, é criado um cluster denominado "conjunto de partição" <math>\pi</math>:
  
 
:<math>\pi = \{C_1, C_2,\dots,C_k \}  \qquad \qquad \text{with} \qquad \qquad C_i \subset n , </math>
 
:<math>\pi = \{C_1, C_2,\dots,C_k \}  \qquad \qquad \text{with} \qquad \qquad C_i \subset n , </math>
  
where with the symbolism <math>C_i \subset n </math> it indicates that the subclass <math>C_i</math> is contained in <math>n</math>.
+
onde com o simbolismo <math>C_i \subset n </math> indica que a subclasse <math>C_i</math> está contida em <math>n</math>.
  
The partition <math>\pi</math>, in order for it to be defined as a partition of causal relevance, must have these properties:
+
A partição <math>\pi</math>, para que seja definida como uma partição de relevância causal, deve ter essas propriedades:
  
#For each subclass <math>C_i</math> the condition must apply <math>rc=P(D \mid C_i)- P(D )\neq 0, </math> ie the probability of finding in the subgroup <math>C_i</math> a person who has the symptoms, clinical signs and elements belonging to the set <math>D=\{\delta_1,\delta_2,...,\delta_n\}</math>. A causally relevant partition of this type is said to be '''homogeneous'''.
+
#Para cada subclasse <math>C_i</math> a condição deve ser aplicada <math>rc=P(D \mid C_i)- P(D )\neq 0, </math> ou seja, a probabilidade de encontrar no subgrupo <math>C_i</math> uma pessoa que apresenta os sintomas, sinais clínicos e elementos pertencentes ao conjunto <math>D=\{\delta_1,\delta_2,...,\delta_n\}</math>. Uma partição causalmente relevante deste tipo é considerada '' 'homogênea' ''.
#Each subset <math>C_i</math> must be 'elementary', i.e. it must not be further divided into other subsets, because if these existed they would have no causal relevance.
+
#Cada subconjunto <math>C_i</math> deve ser 'elementar', ou seja, não deve ser dividido em outros subconjuntos, porque se eles existissem não teriam relevância causal.
  
Now let us assume, for example, that the population sample <math>n</math>, to which our good patient Mary Poppins belongs, is a category of subjects aged 20 to 70. We also assume that in this population we have those who present the elements belonging to the data set <math>D=\{\delta_1,.....\delta_n\}</math> which correspond to the laboratory tests mentioned above and precisa in '[[The logic of classical language]]'.
+
Agora, vamos supor, por exemplo, que a amostra populacional <math>n</math>, à qual pertence nossa boa paciente Mary Poppins, seja uma categoria de indivíduos com idade entre 20 e 70 anos. Também presumimos que nesta população temos aqueles que apresentam os elementos pertencentes ao conjunto de dados <math>D=\{\delta_1,.....\delta_n\}</math> que correspondem aos testes de laboratório mencionados acima e precisa em '[[A lógica dos clássicos língua]]'.
  
Let us suppose that in a sample of 10,000 subjects from 20 to 70 we will have an incidence of 30 subjects <math>p(D)=0.003</math> showing clinical signs <math>\delta_1</math> and <math>\delta_4
+
Vamos supor que em uma amostra de 10.000 indivíduos de 20 a 70 teremos uma incidência de 30 indivíduos <math>p(D)=0.003</math> apresentando sinais clínicos <math>\delta_1</math> and <math>\delta_4
</math>. We preferred to use these reports for the demonstration of the probabilistic process because in the literature the data regarding clinical signs and symptoms for Temporomandibular Disorders have too wide a variation as well as too high an incidence in our opinion.<ref name=":2">{{Cite book  
+
</math>. Preferimos usar esses relatórios para a demonstração do processo probabilístico porque na literatura os dados sobre sinais e sintomas clínicos para Disfunções Temporomandibulares apresentam uma variação muito ampla e uma incidência muito alta em nossa opinião.<ref name=":2">{{Cite book  
 
  | autore = Pantoja LLQ
 
  | autore = Pantoja LLQ
 
  | autore2 = De Toledo IP
 
  | autore2 = De Toledo IP
Line 341: Line 341:
  
  
An example of a partition with presumed probability in which TMJ degeneration (Deg.TMJ) occurs in conjunction with Temporomandibular Disorders (TMDs) would be the following:
+
Um exemplo de partição com probabilidade presumida em que a degeneração da ATM (Deg.TMJ) ocorre em conjunto com as Desordens Temporomandibulares (DTMs) seria o seguinte:
 
{|
 
{|
 
|+
 
|+
 
|<math>P(D| Deg.TMJ  \cap TMDs)=0.95  \qquad \qquad \; </math>
 
|<math>P(D| Deg.TMJ  \cap TMDs)=0.95  \qquad \qquad \; </math>
 
|
 
|
|where
+
|Onde
 
|
 
|
 
|
 
|
Line 353: Line 353:
 
|<math>P(D| Deg.TMJ \cap noTMDs)=0.3  \qquad \qquad  \quad </math>
 
|<math>P(D| Deg.TMJ \cap noTMDs)=0.3  \qquad \qquad  \quad </math>
 
|
 
|
|where
+
|Onde
 
|
 
|
 
|
 
|
Line 360: Line 360:
 
|<math>P(D| no Deg.TMJ  \cap TMDs)=0.199  \qquad \qquad \; </math>
 
|<math>P(D| no Deg.TMJ  \cap TMDs)=0.199  \qquad \qquad \; </math>
 
|
 
|
|where
+
|Onde
 
|
 
|
 
|
 
|
Line 367: Line 367:
 
|<math>P(D| noDeg.TMJ  \cap noTMDs)=0.001  \qquad \qquad \;</math>
 
|<math>P(D| noDeg.TMJ  \cap noTMDs)=0.001  \qquad \qquad \;</math>
 
|
 
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|where
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|Onde
 
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*
 
*
{{q2|A homogeneous partition provides what we are used to calling Differential Diagnosis.|}}
+
{{q2|Uma partição homogênea fornece o que costumamos chamar de Diagnóstico Diferencial.|}}
  
  
====Clinical situations====
+
====Situações clínicas====
These conditional probabilities demonstrate that each of the partition's four subclasses is causally relevant to patient data <math>D=\{\delta_1,.....\delta_n\}</math> in the population sample <math>PO</math>. Given the aforementioned partition of the reference class, we have the following clinical situations:
+
Essas probabilidades condicionais demonstram que cada uma das quatro subclasses da partição é causalmente relevante para os dados do paciente  <math>D=\{\delta_1,.....\delta_n\}</math> na amostra populacional <math>PO</math>. Dada a partição da classe de referência acima mencionada, temos as seguintes situações clínicas:
  
*Mary Poppins <math>\in</math> degeneration of the temporomandibular joint <math>\cap</math> Temporomandibular Disorders
+
*Mary Poppins <math>\in</math> degeneração da articulação temporomandibular <math>\cap</math> Desordens Temporomandibulares
  
*Mary Poppins <math>\in</math> degeneration of the temporomandibular joint <math>\cap</math> no Temporomandibular Disorders
+
*Mary Poppins <math>\in</math> degeneração da articulação temporomandibular <math>\cap</math> sem doenças temporomandibulares
  
*Mary Poppins <math>\in</math> no degeneration of the temporomandibular joint <math>\cap</math> Temporomandibular Disorders
+
*Mary Poppins <math>\in</math> sem degeneração da articulação temporomandibular <math>\cap</math> Desordens Temporomandibulares
  
*Mary Poppins <math>\in</math> no degeneration of the temporomandibular joint <math>\cap</math> no Temporomandibular Disorders
+
*Mary Poppins <math>\in</math> sem degeneração da articulação temporomandibular <math>\cap</math> sem doenças temporomandibulares
  
To arrive at the final diagnosis above, we conducted a probabilistic-causal analysis of Mary Poppins' health status whose initial data were <math>D=\{\delta_1,.....\delta_n\}</math>.  
+
Para chegar ao diagnóstico final acima, conduzimos uma análise probabilística-causal do estado de saúde de Mary Poppins, cujos dados iniciais eram <math>D=\{\delta_1,.....\delta_n\}</math>.  
  
In general, we can refer to a logical process in which we examine the following elements:
+
Em geral, podemos nos referir a um processo lógico no qual examinamos os seguintes elementos:
  
*an individual: <math>a</math>
+
*um indivíduo: <math>a</math>
*its initial data set <math>D=\{\delta_1,.....\delta_n\}</math>
+
*seu conjunto de dados inicial <math>D=\{\delta_1,.....\delta_n\}</math>
*a population sample <math>n</math> to which it belongs,
+
*uma amostra da população <math>n</math> ao qual pertence,
*a base probability <math>P(D)=0,003</math>
+
*uma probabilidade básica <math>P(D)=0,003</math>
  
At this point we should introduce too specialized arguments that would take the reader off the topic but that have an high epistemic importance for which we will try to extract the most described logical thread of the Analysandum/Analysans concept.
+
Neste ponto, devemos introduzir argumentos muito especializados que levariam o leitor para fora do tópico, mas que têm uma grande importância epistêmica para a qual tentaremos extrair o fio lógico mais descrito do conceito Analysandum / Analysans..
  
The probabilistic-causal analysis of <math>D=\{\delta_1,.....\delta_n\}</math> is then a couple of the following logical forms (Analysandum / Analysans<ref>{{Cite book  
+
A análise probabilística-causal de <math>D=\{\delta_1,.....\delta_n\}</math> é então um par das seguintes formas lógicas (Analysandum / Analysans<ref>{{Cite book  
 
  | autore = Westmeyer H
 
  | autore = Westmeyer H
 
  | titolo = The diagnostic process as a statistical-causal analysis
 
  | titolo = The diagnostic process as a statistical-causal analysis
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  }}</ref>):
 
  }}</ref>):
  
*'''Analysandum''' <math>  = \{P(D),a\}</math>: is a logical form that contains two parameters: ''probability'' <math>P(D)</math> to select a person who has the symptoms and elements belonging to the set <math>D=\{\delta_1,\delta_2,...,\delta_n\}</math>, and the ''generic individual'' <math>a</math> who is prone to those symptoms.'''
+
*'''Analysandum '' '<math>  = \{P(D),a\}</math>: é uma forma lógica que contém dois parâmetros:' 'probabilidade' '<math>P(D)</math> para selecionar uma pessoa que tem os sintomas e elementos pertencentes ao conjunto <math>D=\{\delta_1,\delta_2,...,\delta_n\}</math>, e o '' indivíduo genérico '' <math>a</math> quem é propenso a esses sintomas.'''
  
*'''Analysan <math>= \{\pi,a,KB\}</math>''': is a logical form that contains three parameters: the ''partition'' <math>\pi</math>, the ''generic individual'' <math>a</math> belonging to the population sample <math>n</math> and ''<math>KB</math> (Knowledge Base)'' which includes a set of <math>n>1</math> statements of conditioned probability.'''
+
*'''Analysan <math>= \{\pi,a,KB\}</math> '' ': é uma forma lógica que contém três parâmetros: a' 'partição' '<math>\pi</math>, a' 'indivíduo genérico' '<math>a</math> pertencente à amostra populacional <math>n</math> e' '<math>KB</math> (Base de Conhecimento)' 'que inclui um conjunto de <math>n>1</math> declarações de probabilidade condicionada.'''
  
For example, it can be concluded that the definitive diagnosis is the following:
+
Por exemplo, pode-se concluir que o diagnóstico definitivo é o seguinte:
  
<math>P(D| Deg.TMJ  \cap TMDs)=0.95</math> - this means that our Mary Poppins is 95% affected by TMDs, since she has a degeneration of the Temporomandibular Joint in addition to the positive data <math>D=\{\delta_1,.....\delta_n\}</math>
+
<math>P(D| Deg.TMJ  \cap TMDs)=0.95</math> - isso significa que nossa Mary Poppins está 95% afetada por DTMs, pois ela tem uma degeneração da Articulação Temporomandibular além dos dados positivos <math>D=\{\delta_1,.....\delta_n\}</math>
  
 
==Final considerations==
 
==Final considerations==
We took a long and tortuous path to better understand the complexity encountered by the colleague struggling with the very heavy ethical responsibility of making a diagnosis. However, this task becomes even more complex when we need to be detailed and careful in making a differential diagnosis.  
+
Percorremos um caminho longo e tortuoso para compreender melhor a complexidade encontrada pelo colega que luta contra a pesada responsabilidade ética de fazer um diagnóstico. No entanto, essa tarefa se torna ainda mais complexa quando precisamos ser detalhados e cuidadosos ao fazer um diagnóstico diferencial.  
  
Here, we enter a delicate topic, that is connected with the epistemological contents and that first of all was reported in the "[[Introduction]]". We are talking about:
+
Aqui, entramos em um tema delicado, que está relacionado com os conteúdos epistemológicos e que antes de tudo foi relatado na "[[Introdução]]". Nós estamos falando sobre:
  
*'''Interdisciplinarity''': <br>''In science policy, it is generally recognized that science-based problem solving requires interdisciplinary research ('''IDR'''), as proposed by the EU project called Horizon 2020<ref>European Union, ''[https://ec.europa.eu/programmes/horizon2020/en/h2020-section/societal-challenges Horizon 2020]''</ref>. In a recent study, the authors focus on the question why researchers have cognitive and epistemic difficulties in conducting IDR. It is believed that the loss of philosophical interest in the epistemology of interdisciplinary research is caused by a philosophical paradigm of science called "Physics Paradigm of Science", which prevents recognition of important IDR changes in both the philosophy of science and research.<br>The proposed alternative philosophical paradigm, called 'Engineering Paradigm of Science', makes alternative philosophical assumptions about aspects such as the purpose of science, the character of knowledge, the epistemic and pragmatic criteria for the acceptance of knowledge and the role of technological tools. Consequently, scientific researchers need so-called metacognitive scaffolds to assist them in the analysis and reconstruction of how 'knowledge' is constructed in different disciplines.<br>In interdisciplinary research, metacognitive scaffolds help interdisciplinary communication analyse and articulate how the discipline builds knowledge<ref name=":0">{{cita libro  
+
*'''Interdisciplinaridade''': <br>''Na política científica, é geralmente reconhecido que '' a resolução de problemas com base na ciência requer pesquisa interdisciplinar '' ('' 'IDR' ''), conforme proposto pelo projeto da UE denominado Horizonte 2020<ref>European Union, ''[https://ec.europa.eu/programmes/horizon2020/en/h2020-section/societal-challenges Horizon 2020]''</ref>. Em um estudo recente, os autores enfocam a questão de por que os pesquisadores têm dificuldades cognitivas e epistêmicas na condução de IDR. Acredita-se que a perda do interesse filosófico na epistemologia da pesquisa interdisciplinar se deva a um paradigma filosófico da ciência denominado "Paradigma Físico da Ciência", que impede o reconhecimento de mudanças importantes de IDR tanto na filosofia da ciência quanto na pesquisa..<br>O paradigma filosófico alternativo proposto, denominado "'' Paradigma da Engenharia da Ciência ''", faz suposições filosóficas alternativas sobre aspectos como o propósito da ciência, o caráter do conhecimento, os critérios epistêmicos e pragmáticos para a aceitação do conhecimento e o papel da ferramentas tecnológicas. Consequentemente, os pesquisadores científicos precisam dos chamados '' andaimes metacognitivos '' para auxiliá-los na análise e reconstrução de como o "conhecimento" é construído em diferentes disciplinas..<br>Na pesquisa interdisciplinar, os andaimes metacognitivos ajudam a comunicação interdisciplinar a analisar e articular como a disciplina constrói conhecimento<ref name=":0">{{cita libro  
 
  | autore = Boon M
 
  | autore = Boon M
 
  | autore2 = Van Baalen S
 
  | autore2 = Van Baalen S
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  }}</ref>''
 
  }}</ref>''
  
This concept is linked to the previously discussed topic in which the colleague should be aware of his own 'Subjective Uncertainty' (due to a classic logic language 'sick or healthy') and of 'Objective Uncertainty' (due to a probabilistic logic language 'probably sick or probably healthy'). It is not complicated to prove this assertion: the uncertainty we are talking about derives from the fact that the elements, assertions, data, classes and subclasses mentioned and that build the apparatus of the logic of probabilistic's language: Analysandum <math>  = \{P(D),a\}</math> and Analysan <math>  = \{P(D),a\}</math> are elements that exist in a specific world, and in this case in a dental context in which the element <math>KB</math> of the process indisputably indicates a "basic knowledge" only in a specific dental context.
+
Este conceito está vinculado ao tópico discutido anteriormente em que o colega deve estar ciente de sua própria 'Incerteza Subjetiva' (devido a uma linguagem lógica clássica 'doente ou saudável') e da 'Incerteza Objetiva' (devido a uma linguagem lógica probabilística ' provavelmente doente ou provavelmente saudável '). Não é complicado provar esta assertiva: a incerteza de que estamos falando deriva do fato de que os elementos, assertivas, dados, classes e subclasses mencionados e que constroem o aparato da lógica da linguagem probabilística: Analysandum <math>  = \{P(D),a\}</math> e Analysan <math>  = \{P(D),a\}</math> são elementos que existem em um mundo específico, e neste caso em um contexto odontológico em que o elemento <math>KB</math> do processo indica indiscutivelmente um "conhecimento básico" apenas em um contexto odontológico específico.
  
This conclusion confirmed by the dentist was the following:   
+
Esta conclusão confirmada pelo dentista foi a seguinte:   
  
 
<math>P(D| Deg.TMJ  \cap TMDs)=0.95</math>
 
<math>P(D| Deg.TMJ  \cap TMDs)=0.95</math>
  
or better: it is my 95% belief that Mary Poppins is affected by TMDs since she has a degeneration of the temporomandibular joint in addition to the positivity of the data <math>D=\{\delta_1,\dots\delta_n\}</math>
+
ou melhor: é minha convicção de 95% que Mary Poppins é afetada por DTMs, pois ela tem uma degeneração da articulação temporomandibular, além da positividade dos dados <math>D=\{\delta_1,\dots\delta_n\}</math>
  
But something strange happens because out of nowhere, a researcher, who uses 'metacognitive scaffolds'<ref>{{Cite book  
+
Mas algo estranho acontece porque do nada, um pesquisador, que usa 'andaimes metacognitivos'<ref>{{Cite book  
 
  | autore = Boon M
 
  | autore = Boon M
 
  | autore2 = Van Baalen S
 
  | autore2 = Van Baalen S
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  | LCCN =  
 
  | LCCN =  
 
  | OCLC =  
 
  | OCLC =  
  }}</ref> for an implementation in the analysis and reconstruction of how 'knowledge' is built in different disciplines, demands an answer to the following question from the dentist:
+
  }}</ref> para uma implementação na análise e reconstrução de como o 'conhecimento' é construído em diferentes disciplinas, exige do dentista uma resposta à seguinte questão:
  
{{q4|...is there another world or context, parallel to yours, in which in addition to the D data there are further data unknown to you?|}}
+
{{q4|...Existe outro mundo ou contexto, paralelo ao seu, em que além dos dados D existem outros dados desconhecidos para você?|}}
  
and increase the dose: submit Mary Poppins to the following trigeminal electrophysiological tests, label them as we did previously for the set data <math>D=\{\delta_1,\dots\delta_n\}</math> generating another set containing a number <math>m</math> of unknown data (not belonging to the purely dental branch) <math>C=\{\gamma_1,\dots\gamma_m\}</math> thereby creating an entirely new set that we will call <math>S_{unknow}= D+C=\{\delta_1,\dots,\delta_n,\gamma_1,\dots,\gamma_m\}</math> (called <math>S_{unknown}</math> precisely due to the presence of data unknown to the dental context).
+
e aumentar a dose: submeta Mary Poppins aos seguintes testes eletrofisiológicos do trigêmeo, rotule-os como fizemos anteriormente para os dados do conjunto <math>D=\{\delta_1,\dots\delta_n\}</math> gerando outro conjunto contendo um número <math>m</math> de dados desconhecidos (não pertencentes ao ramo puramente dentário) <math>C=\{\gamma_1,\dots\gamma_m\}</math> criando assim um conjunto inteiramente novo que chamaremos de <math>S_{unknow}= D+C=\{\delta_1,\dots,\delta_n,\gamma_1,\dots,\gamma_m\}</math> (chamado de <math>S_{unknown}</math> precisamente devido ao presença de dados desconhecidos para o contexto odontológico).
  
<math>\delta_1=</math> Positive radiological report of the TMJ in Figure 2
+
<math>\delta_1=</math> Laudo radiológico positivo da ATM na Figura 2
  
<math>\delta_2=</math> Positive CT report of the TMJ in Figure 3
+
<math>\delta_2=</math> Relatório de TC positivo da ATM na Figura 3
  
<math>\delta_3=</math> Positive axiographic report of the condylar traces in Figure 4
+
<math>\delta_3=</math> Relatório axiográfico positivo dos traços condilares na Figura 4
  
<math>\delta_4=</math> Asymmetric EMG interference pattern in Figure 5
+
<math>\delta_4=</math> Padrão de interferência EMG assimétrico na Figura 5
  
 
<math>{\gamma _{1}}=</math> Jaw jerk in Figure 6
 
<math>{\gamma _{1}}=</math> Jaw jerk in Figure 6
  
<math>{\displaystyle \gamma _{2}}=</math> Mechanical Silent Period in Figure 7
+
<math>{\displaystyle \gamma _{2}}=</math> Período de silêncio mecânico na Figura 7
  
<math>{\displaystyle \gamma _{3}}=</math> CT right masseter muscle in Figure 8
+
<math>{\displaystyle \gamma _{3}}=</math> TC do músculo masseter direito na Figura 8
  
  
 
<center>
 
<center>
===Third Clinical Approach===
+
===Terceira Abordagem Clínica===
''(hover over the images)''
+
''(passe o mouse sobre as imagens)''
 
</center>
 
</center>
 
<br /><gallery mode="packed-hover" widths="250" heights="182" perrow="3">
 
<br /><gallery mode="packed-hover" widths="250" heights="182" perrow="3">
File:Spasmo emimasticatorio.jpg|'''Figure 1:''' Patient reporting "Orofacial pain in the right hemilateral)
+
File:Spasmo emimasticatorio.jpg|'''Figura 1:''' Paciente relatando 'dor orofacial' na face hemilateral direita
File:Spasmo emimasticatorio ATM.jpg|'''Figure 2:''' Patient's TMJ Stratigraphy showing signs of condylar flattening and osteophyte
+
File:Spasmo emimasticatorio ATM.jpg|'''Figura 2:''' Estratigrafia da ATM do paciente mostrando sinais de achatamento condilar e osteófito
File:Atm1 sclerodermia.jpg|'''Figure 3:''' Computed Tomography of the TMJ
+
File:Atm1 sclerodermia.jpg|'''Figura 3:''' Tomografia Computadorizada da ATM
File:Spasmo emimasticatorio assiografia.jpg|'''Figure 4:''' Axiography of the patient showing a flattening of the chewing pattern on the right condyle
+
File:Spasmo emimasticatorio assiografia.jpg|'''Figura 4:''' Axiografia do paciente mostrando um achatamento do padrão de mastigação no côndilo direito
File:EMG2.jpg|'''Figure 5:''' EMG Interferential Pattern. Overlapping upper traces corresponding to the right masseter, lower to the left masseter.
+
File:EMG2.jpg|'''Figura 5:''' Padrão interferencial EMG. Traços superiores sobrepostos correspondentes ao masseter direito, inferiores ao masseter esquerdo.
File:Spasmo emimasticatorio JJ.jpg|'''Figure 6:''' Jaw jerk electrophysiologically detected on the right (upper traces) and left (lower traces) masseters
+
File:Spasmo emimasticatorio JJ.jpg|'''Figura 6:''' Jaw jerk detectado eletrofisiologicamente nos masseters direito (traços superiores) e esquerdo (traços inferiores)
File:Spasmo emimasticatorio SP.jpg|'''Figure 7:''' Mechanical silent period detected electrophysiologically on the right (upper overlapping traces) and left (lower overlapping traces) masseters
+
File:Spasmo emimasticatorio SP.jpg|'''Figura 7:''' Período de silêncio mecânico detectado eletrofisiologicamente nos masseters direito (traços sobrepostos superiores) e esquerdo (traços sobrepostos inferiores)
File:Spasmo emimasticatorio TC.jpg|'''Figure 8:''' Axial CT of the facial massif in which there is a marked hypertrophy of the right masseter
+
File:Spasmo emimasticatorio TC.jpg|'''Figura 8:''' TC axial do maciço facial em que há hipertrofia acentuada do masseter direito
 
</gallery>
 
</gallery>
  
  
In this way it has been shown that, inevitably,  
+
Desta forma, foi demonstrado que, inevitavelmente,  
{{q2|the logic of medical language is more or less based on data that derive from a specific world or context or rather, a specialistic context in which the perimeter that delimits this knowledge does not allow us to project ourselves into parallel contexts}}
+
{{q2|a lógica da linguagem médica é mais ou menos baseada em dados que derivam de um determinado mundo ou contexto, ou melhor, um contexto especializado em que o perímetro que delimita esse conhecimento não nos permite projetar em contextos paralelos}}
  
  
By exploring this perimeter line of the specialist context, we will create an area close to it which we will call the 'fuzzy zone' or 'fuzzy logic' which we will discuss in the next chapter.
+
Explorando esta linha de perímetro do contexto especialista, criaremos uma área próxima a ela que chamaremos de 'zona fuzzy' ou 'lógica fuzzy' que discutiremos no próximo capítulo.
  
  
{{q4|... from what it seems not even with a probabilistic language logic we will be able to define an exact diagnosis.|in fact, for this reason we should also consider [[Fuzzy logic language|Fuzzy Logic Language]] }}
+
{{q4|... pelo que parece nem mesmo com uma lógica de linguagem probabilística poderemos definir um diagnóstico exato. | de fato, por esta razão devemos considerar também [[Linguagem lógica difusa | Linguagem lógica difusa]] }}
  
{{Btnav|The logic of classical language|Fuzzy logic language}}
+
{{Btnav|The logic of classical language|Linguagem de lógica difusa}}
  
 
{{bib}}
 
{{bib}}

Latest revision as of 15:56, 3 November 2021

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 Book Index
Source Chapter

Introduction


Bruxism

  • Status quo and Criticity
  • 2rd Clinical Case: Pineal Cavernoma
  • Conclusions

Occlusion and Posture

  • Status quo and Criticity
  • 3th Clinical Case: Meningioma
  • Conclusions

Orofacial Pain

  • Status quo and Criticity
  • 4th Clinical Case: Eaton Lambert myasthenia
  • 5th Clinical Case: Postpoly syndrome
  • 6th Clinical Case: Temporomandibular disorders
  • Conclusions

Are we really sure to know everything?

  • Status quo and Criticity
  • 7th Clinical Case: glioblastoma of the cranial base
  • Conclusions

Connectivity and Complex Systems

  • Definition of the Fundamental Unit
  • Structural and functional connectivity Separation
  • Understanding of "Emergent Behavior"
  • Connectivity measurement

System Inference vs Symptom Inference

  • System Stochasticity
  • Markov chains
  • Inference of nonlinear Markov processes
  • Understanding of Network nodes

Neurophysiology and network nodes

  • Center of the Masticatory Pattern
  • Mesencephalic mechanisms
  • Trigeminal Motor nucleus

Sensory network nodes

  • Proprioceptive mechanisms
    • Neuromuscular spindles
    • Sensory mechanisms from the depressor muscles
    • Golgi Tendon Organs
  • Role of impulses from the neck muscles
  • Periodontal and Oral Sensory Factors
  • Pharyngeal sensory factors
  • Reflex of mandibular closure
  • Sensory factors of the TMJ

Conclusions to the Source Chapter

  • information transferred over time
  • System Coherence Recovery
  • 8th Clinical Case: Coherence Recovery in ort Orthognathic


Crisis of the Paradigm

Research Diagnostic Criteria (RDC)

  • Sensitivity, Specificity and Predictive Values
  • Advantages and limitations of the RDC


Masticatory cycles

  • Jaw opening width
  • Speed of mandibular movement
  • Complexity of chewing kinematics


Temporomandibular Joint

  • Computerized Tomography of the TMJ
  • Magnetic resonance imaging of the TMJM


Mandibular kinematic replicator

  • Advantages and limits of pantography
    • Pantographic Reproducibility Index
  • Advantages and limits of axiography
  • Advantages and limits of the electrognatography


Transcutaneous Electric Nerve Stimulation

  • Free way space before stimulation
  • Free way space after stimulation
  • Closing trajectory from TENS


Electromyography(EMG)

  • Interferential EMG
  • EMG at rest position
  • Quantitative analysis of the EMG
    • Fourier transform
    • Wavelett


Extraordinary Science

Overall view of the Masticatory System

  • Trigeminal electrophysiology
    • Electric Motors Evoked Potentials
    • Magnetic Motors Evoked Potentials
    • Jaw jerk reflex
    • M-wave
    • Masseteric Mechanical Silent Period
    • Masseteric Electric Silent Period
    • Masseteric Laser Silent Period
    • Recovery Cycle of Masseteric Inhibitory reflex


Trigeminal System Connectivity

  • Definition of the Fundamental Unit
    • Maximal Neuronal Energy Evoked
    • Organic motor symmetry
    • Functional motor symmetry
    • Renormalization
  • Separation of structural and functional connectivity
    • Organic vs Functional Symmetry
      • Functional Neuro Gnathological Index "NGF"
  • New paradigm in masticatory rehabilitations
    • Prosthetics
    • Implantoprosthetics
    • Orthodontics
    • Orthognatics
Other languages:
Deutsch • ‎English • ‎español • ‎français • ‎italiano • ‎português

Neste capítulo, discutiremos a lógica da linguagem juntamente com a probabilidade matemática. Vimos que lógica clássica por si só é insuficiente para determinar diagnósticos precisos; portanto, uma visão geral conceitual e formal é dada sobre por que a probabilidade pode ser muito útil. Fornecendo ilustrações de casos de casos clínicos, veremos como a lógica da linguagem probabilística é capaz de nos fornecer um diagnóstico diferencial de uma forma "boa o suficiente".

Conclui-se que é possível demonstrar que, mesmo somando-se apenas o raciocínio probabilístico, não é possível determinar diagnósticos exatos, de modo que outros enriquecimentos estão sendo buscados para nossa linguagem..

Lógica da linguagem probabilística na medicina

Toda ideia científica (seja na medicina, arquitetura, engenharia, química ou qualquer outro assunto), quando colocada em prática, está sujeita a pequenos erros e incertezas. A matemática - por meio da teoria da probabilidade e inferência estatística - ajuda a controlar com precisão e, assim, conter essas incertezas. Sempre deve ser considerado que em todos os casos práticos "os resultados também dependem de muitos outros fatores externos à teoria", sejam eles condições iniciais e ambientais, erros experimentais ou qualquer outra coisa.

Todas as incertezas sobre esses fatores tornam a relação teoria-observação probabilística. Na abordagem médica, existem dois tipos de incerteza que pesam mais nos diagnósticos: incerteza subjetiva e casualidade.[1][2]

Torna-se essencial, portanto, neste cenário distinguir entre essas duas incertezas e mostrar que o conceito de probabilidade tem significados diferentes nesses dois contextos..

Tentaremos expor esses conceitos vinculando cada etapa crucial à abordagem clínica relatada nos capítulos anteriores e, em particular, a abordagem no contexto dentário e neurológico na luta pela primazia do diagnóstico para nossa querida Mary Poppins.

Incerteza subjetiva e casualidade

Imaginemos perguntar a Mary Poppins qual dos dois colegas médicos - o dentista ou o neurologista - está certo.

A pergunta criaria uma espécie de agitação baseada na incerteza interior; portanto, as noções de certeza e incerteza referem-se a estados epistêmicos subjetivos dos seres humanos e não a estados do mundo externo, porque não há certeza ou incerteza naquele mundo. Nesse sentido, como já mencionamos, existe um mundo interno e um mundo externo a nós que ambos não respondem aos cânones da incerteza, mas sim da probabilidade.

Mary Poppins pode estar subjetivamente certa ou incerta se está sofrendo de DTMs ou de uma forma neuropática ou neuromuscular de OP: isso porque "incerteza" é um estado subjetivo epistêmico abaixo do limiar de conhecimento e crença; daí o termo.

Incerteza subjetiva

Sem dúvida, o termo "subjetivo" assusta muitos, especialmente aqueles que pretendem praticar a ciência perseguindo o ideal saudável de "objetividade", visto que este termo é percebido pelo senso comum. É, portanto, adequado fazer alguns esclarecimentos sobre a utilização deste termo neste contexto.:

  • ‘Subjetivo’ indica que a avaliação de probabilidade depende do status da informação do indivíduo que a realiza.
  • ‘Subjetivo’ não significa arbitrário.

A chamada "objetividade", conforme percebida por aqueles que estão fora da pesquisa científica, é definida quando uma comunidade de seres racionais compartilha o mesmo estado de informação. Mas, mesmo neste caso, deve-se falar mais apropriadamente de "intersubjetividade" (ou seja, o compartilhamento, por um grupo, de opiniões subjetivas).

Em casos clínicos - precisamente porque os pacientes raramente possuem noções avançadas de medicina - a incerteza subjetiva deve ser considerada. Viver com a incerteza exige que usemos uma abordagem probabilística.

Casualidade

A casualidade indica a falta de uma certa conexão entre causa e efeito. A incerteza de uma união estreita entre a fonte e o fenômeno está entre os problemas mais adversos na determinação de um diagnóstico.

Em um caso clínico, um fenômeno   (como, por exemplo, uma má oclusão, uma mordida cruzada, uma mordida aberta, etc ...) está aleatoriamente associado a outro fenômeno   (como degeneração óssea da ATM); quando há exceções para as quais a proposição lógica   nem sempre é verdadeira (mas é na maioria das vezes), diremos que a relação   nem sempre é verdade, mas é provável.

«Estamos passando de uma condição determinística para uma condição estocástica.»

Probabilidade subjetiva e objetiva

Neste capítulo, alguns tópicos já tratados no fantástico livro de Kazem Sadegh-Zadeh[3], que aborda o problema da lógica da linguagem médica, são retomados e reformulamos seu conteúdo, remetendo-os ao nosso caso clínico de Mary Poppins, para manter nosso entendimento mais próximo dos contextos odontológicos.

Eventos aleatórios e subjetivamente incertos são considerados prováveis; consequentemente, a casualidade e a incerteza são tratadas como probabilidades qualitativas, comparativas ou quantitativas.

Para esclarecer esse conceito, vamos voltar ao exemplo de Mary Poppins. Um médico, ao ouvir seus sintomas, poderá dizer que:

  1. Mary Poppins provavelmente está sofrendo de DTMs (termo qualitativo).
  2. Mary Poppins tem mais probabilidade de ter DTMs do que OP neuropática (termo comparativo: número de casos diagnosticados de TMDs versus nOP.
  3. A probabilidade de Mary Poppins ter TMDs é 0,15 (termo quantitativo, relativo à população).

Probabilidade subjetiva

Em um contexto de incerteza subjetiva humana, os dados probabilísticos, qualitativos, comparativos e / ou quantitativos podem ser interpretados como uma medida de incerteza subjetiva pelo clínico, a fim de tornar os 'estados de convicção' numericamente representáveis.

Por exemplo, dizer que "a probabilidade de Mary Poppins ser afetada por DTM é de 0,15 dos casos" é o mesmo que dizer "na medida de 15%, acredito que Mary Poppins seja afetada por DTM"; o que significa que o grau de convicção é o grau de probabilidade subjetiva.

Probabilidade objetiva

Por outro lado, eventos e processos aleatórios não podem ser descritos por processos determinísticos na forma 'se A, então B'. As estatísticas são usadas para quantificar a frequência de associação entre A e B e para representar as relações entre eles como um grau de probabilidade que introduz o grau de probabilidade objetiva.

Na esteira da crescente probabilização da incerteza e aleatoriedade na medicina desde o século XVIII, o termo "probabilidade" tornou-se um elemento respeitado da linguagem, metodologia e epistemologia médica.

Infelizmente, os dois tipos de probabilidade, a probabilidade subjetiva e a objetiva, não são diferenciados com precisão na medicina, e o mesmo ocorre em outras disciplinas. O fato fundamental permanece que o significado mais importante que a teoria da probabilidade gerou na medicina, particularmente nos conceitos de probabilidade em etiologia, epidemiologia, diagnóstico e terapia, é sua contribuição para a nossa compreensão e representação da casualidade biológica.

Análise probabilística-causal

A partir dessas premissas, fica claro que o diagnóstico clínico é feito por meio do chamado método hipotético-dedutivo denominado DN.[4] (deductive-nomological model[5]). Mas isso não é realista, uma vez que o conhecimento médico utilizado na tomada de decisão clínica dificilmente contém leis determinísticas causais que permitam explicações causais e, portanto, formular diagnósticos clínicos, entre outras coisas no contexto especializado. Tentemos analisar novamente o caso de nossa Mary Poppins, desta vez tentando uma abordagem probabilística-causal.

Vamos considerar um número   de indivíduos, incluindo pessoas que relatam dor orofacial que geralmente têm degeneração óssea da articulação temporomandibular. No entanto, também pode haver outras causas aparentemente não relacionadas. Devemos traduzir matematicamente a 'relevância' que essas incertezas causais têm na determinação de um diagnóstico.

A relevância casual

Para fazer isso, consideramos o grau de relevância causal   de um evento   em relação a um evento   onde:

  •   = pacientes com degeneração óssea da articulação temporomandibular.
  •   = pacientes relatando dor orofacial.
  •   = pacientes sem degeneração óssea da articulação temporomandibular.

Usaremos a probabilidade condicional  , que é a probabilidade de que o evento   ocorra somente após o evento   ter já ocorreu.

Com essas premissas, a relevância causal   da amostra   de pacientes é:

 

Onde

  indica a probabilidade de que algumas pessoas (entre os   considerados) sofram de Dor Orofacial causada por degeneração óssea da Articulação Temporomandibular,

enquanto

  indica a probabilidade de que outras pessoas (sempre entre os   levados em consideração) sofram de Dor Orofacial condicionada por algo diferente da degeneração óssea da Articulação Temporomandibular.

Uma vez que todas as probabilidades sugerem que   é um valor entre   e  , o parâmetro   será um número entre   e  .

Os significados que podemos atribuir a este número são os seguintes:

  • temos os casos extremos (que na realidade nunca ocorrem) que são:
  •   indicando que a única causa da dor orofacial é a degeneração óssea da ATM,
  •   que indica que a causa da dor orofacial nunca é a degeneração óssea da ATM, mas é outra coisa,
  •   indicando que a probabilidade de que a dor orofacial seja causada por degeneração óssea da ATM ou de outra forma é exatamente a mesma,
  • e os casos intermediários (que são os realistas)
  •   indicando que a causa da dor orofacial é mais provável que seja degeneração óssea da ATM,
  •   o que indica que a causa da dor orofacial é mais provavelmente não degeneração óssea da ATM.


Segunda Abordagem Clínica

(passe o mouse sobre as imagens)


Assim seja então   a probabilidade de encontrar, na amostra das nossas   pessoas, indivíduos que apresentem os elementos pertencentes ao referido conjunto  

A fim de tirar proveito das informações fornecidas por este conjunto de dados, o conceito de partição de relevância causal é introduzido:

A partição de relevância causal

Sempre seja   o número de pessoas sobre as quais devemos conduzir as análises, se dividirmos (com base em certas condições, conforme explicado abaixo) este grupo em   subconjuntos   com  , é criado um cluster denominado "conjunto de partição"  :
 

onde com o simbolismo   indica que a subclasse   está contida em  .

A partição  , para que seja definida como uma partição de relevância causal, deve ter essas propriedades:

  1. Para cada subclasse   a condição deve ser aplicada   ou seja, a probabilidade de encontrar no subgrupo   uma pessoa que apresenta os sintomas, sinais clínicos e elementos pertencentes ao conjunto  . Uma partição causalmente relevante deste tipo é considerada 'homogênea' .
  2. Cada subconjunto   deve ser 'elementar', ou seja, não deve ser dividido em outros subconjuntos, porque se eles existissem não teriam relevância causal.

Agora, vamos supor, por exemplo, que a amostra populacional  , à qual pertence nossa boa paciente Mary Poppins, seja uma categoria de indivíduos com idade entre 20 e 70 anos. Também presumimos que nesta população temos aqueles que apresentam os elementos pertencentes ao conjunto de dados   que correspondem aos testes de laboratório mencionados acima e precisa em 'A lógica dos clássicos língua'.

Vamos supor que em uma amostra de 10.000 indivíduos de 20 a 70 teremos uma incidência de 30 indivíduos   apresentando sinais clínicos   and  . Preferimos usar esses relatórios para a demonstração do processo probabilístico porque na literatura os dados sobre sinais e sintomas clínicos para Disfunções Temporomandibulares apresentam uma variação muito ampla e uma incidência muito alta em nossa opinião.[6][7][8][9][10][11]


Um exemplo de partição com probabilidade presumida em que a degeneração da ATM (Deg.TMJ) ocorre em conjunto com as Desordens Temporomandibulares (DTMs) seria o seguinte:

  Onde  
  Onde  
  Onde  
  Onde  
«Uma partição homogênea fornece o que costumamos chamar de Diagnóstico Diferencial.»


Situações clínicas

Essas probabilidades condicionais demonstram que cada uma das quatro subclasses da partição é causalmente relevante para os dados do paciente   na amostra populacional  . Dada a partição da classe de referência acima mencionada, temos as seguintes situações clínicas:

  • Mary Poppins   degeneração da articulação temporomandibular   Desordens Temporomandibulares
  • Mary Poppins   degeneração da articulação temporomandibular   sem doenças temporomandibulares
  • Mary Poppins   sem degeneração da articulação temporomandibular   Desordens Temporomandibulares
  • Mary Poppins   sem degeneração da articulação temporomandibular   sem doenças temporomandibulares

Para chegar ao diagnóstico final acima, conduzimos uma análise probabilística-causal do estado de saúde de Mary Poppins, cujos dados iniciais eram  .

Em geral, podemos nos referir a um processo lógico no qual examinamos os seguintes elementos:

  • um indivíduo:  
  • seu conjunto de dados inicial  
  • uma amostra da população   ao qual pertence,
  • uma probabilidade básica  

Neste ponto, devemos introduzir argumentos muito especializados que levariam o leitor para fora do tópico, mas que têm uma grande importância epistêmica para a qual tentaremos extrair o fio lógico mais descrito do conceito Analysandum / Analysans..

A análise probabilística-causal de   é então um par das seguintes formas lógicas (Analysandum / Analysans[12]):

  • Analysandum ' : é uma forma lógica que contém dois parâmetros:' 'probabilidade' '  para selecionar uma pessoa que tem os sintomas e elementos pertencentes ao conjunto  , e o indivíduo genérico   quem é propenso a esses sintomas.
  • Analysan   ': é uma forma lógica que contém três parâmetros: a' 'partição' ' , a' 'indivíduo genérico' '  pertencente à amostra populacional   e' '  (Base de Conhecimento)' 'que inclui um conjunto de   declarações de probabilidade condicionada.

Por exemplo, pode-se concluir que o diagnóstico definitivo é o seguinte:

  - isso significa que nossa Mary Poppins está 95% afetada por DTMs, pois ela tem uma degeneração da Articulação Temporomandibular além dos dados positivos  

Final considerations

Percorremos um caminho longo e tortuoso para compreender melhor a complexidade encontrada pelo colega que luta contra a pesada responsabilidade ética de fazer um diagnóstico. No entanto, essa tarefa se torna ainda mais complexa quando precisamos ser detalhados e cuidadosos ao fazer um diagnóstico diferencial.

Aqui, entramos em um tema delicado, que está relacionado com os conteúdos epistemológicos e que antes de tudo foi relatado na "Introdução". Nós estamos falando sobre:

  • Interdisciplinaridade:
    Na política científica, é geralmente reconhecido que a resolução de problemas com base na ciência requer pesquisa interdisciplinar ( 'IDR' ), conforme proposto pelo projeto da UE denominado Horizonte 2020[13]. Em um estudo recente, os autores enfocam a questão de por que os pesquisadores têm dificuldades cognitivas e epistêmicas na condução de IDR. Acredita-se que a perda do interesse filosófico na epistemologia da pesquisa interdisciplinar se deva a um paradigma filosófico da ciência denominado "Paradigma Físico da Ciência", que impede o reconhecimento de mudanças importantes de IDR tanto na filosofia da ciência quanto na pesquisa..
    O paradigma filosófico alternativo proposto, denominado "
    Paradigma da Engenharia da Ciência ", faz suposições filosóficas alternativas sobre aspectos como o propósito da ciência, o caráter do conhecimento, os critérios epistêmicos e pragmáticos para a aceitação do conhecimento e o papel da ferramentas tecnológicas. Consequentemente, os pesquisadores científicos precisam dos chamados andaimes metacognitivos para auxiliá-los na análise e reconstrução de como o "conhecimento" é construído em diferentes disciplinas..
    Na pesquisa interdisciplinar, os andaimes metacognitivos ajudam a comunicação interdisciplinar a analisar e articular como a disciplina constrói conhecimento[14][15]

Este conceito está vinculado ao tópico discutido anteriormente em que o colega deve estar ciente de sua própria 'Incerteza Subjetiva' (devido a uma linguagem lógica clássica 'doente ou saudável') e da 'Incerteza Objetiva' (devido a uma linguagem lógica probabilística ' provavelmente doente ou provavelmente saudável '). Não é complicado provar esta assertiva: a incerteza de que estamos falando deriva do fato de que os elementos, assertivas, dados, classes e subclasses mencionados e que constroem o aparato da lógica da linguagem probabilística: Analysandum   e Analysan   são elementos que existem em um mundo específico, e neste caso em um contexto odontológico em que o elemento   do processo indica indiscutivelmente um "conhecimento básico" apenas em um contexto odontológico específico.

Esta conclusão confirmada pelo dentista foi a seguinte:

 

ou melhor: é minha convicção de 95% que Mary Poppins é afetada por DTMs, pois ela tem uma degeneração da articulação temporomandibular, além da positividade dos dados  

Mas algo estranho acontece porque do nada, um pesquisador, que usa 'andaimes metacognitivos'[16] para uma implementação na análise e reconstrução de como o 'conhecimento' é construído em diferentes disciplinas, exige do dentista uma resposta à seguinte questão:

«...Existe outro mundo ou contexto, paralelo ao seu, em que além dos dados D existem outros dados desconhecidos para você?»

e aumentar a dose: submeta Mary Poppins aos seguintes testes eletrofisiológicos do trigêmeo, rotule-os como fizemos anteriormente para os dados do conjunto   gerando outro conjunto contendo um número   de dados desconhecidos (não pertencentes ao ramo puramente dentário)   criando assim um conjunto inteiramente novo que chamaremos de   (chamado de   precisamente devido ao presença de dados desconhecidos para o contexto odontológico).

  Laudo radiológico positivo da ATM na Figura 2

  Relatório de TC positivo da ATM na Figura 3

  Relatório axiográfico positivo dos traços condilares na Figura 4

  Padrão de interferência EMG assimétrico na Figura 5

  Jaw jerk in Figure 6

  Período de silêncio mecânico na Figura 7

  TC do músculo masseter direito na Figura 8


Terceira Abordagem Clínica

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Desta forma, foi demonstrado que, inevitavelmente,

«a lógica da linguagem médica é mais ou menos baseada em dados que derivam de um determinado mundo ou contexto, ou melhor, um contexto especializado em que o perímetro que delimita esse conhecimento não nos permite projetar em contextos paralelos»


Explorando esta linha de perímetro do contexto especialista, criaremos uma área próxima a ela que chamaremos de 'zona fuzzy' ou 'lógica fuzzy' que discutiremos no próximo capítulo.


«... pelo que parece nem mesmo com uma lógica de linguagem probabilística poderemos definir um diagnóstico exato.»
(de fato, por esta razão devemos considerar também Linguagem lógica difusa)
Bibliography & references
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  2. Thoppay J, Desai B, «Oral burning: local and systemic connection for a patient-centric approach», in EPMA J, 2019.
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  3. Sadegh-Zadeh Kazem, «Handbook of Analytic Philosophy of Medicine», Springer, 2012, Dordrecht.
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  6. Pantoja LLQ, De Toledo IP, Pupo YM, Porporatti AL, De Luca Canto G, Zwir LF, Guerra ENS, «Prevalence of degenerative joint disease of the temporomandibular joint: a systematic review», in Clin Oral Investig, 2019.
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  8. Bonotto D, Penteado CA, Namba EL, Cunali PA, Rached RN, Azevedo-Alanis LR, «Prevalence of temporomandibular disorders in rugby players», in Gen Dent.
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  9. da Silva CG, Pachêco-Pereira C, Porporatti AL, Savi MG, Peres MA, Flores-Mir C, De Luca Canto G, «Prevalence of clinical signs of intra-articular temporomandibular disorders in children and adolescents: A systematic review and meta-analysis», in Am Dent Assoc, 2016. - PMCID:26552334
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    This is an Open Access resource
     
  13. European Union, Horizon 2020
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    This is an Open Access resource